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Perodo Colonial - Foto/Reproduo: Castelo Roger |
Durante a Dinastia Filipina (1580-1640), estabelecida a presena portuguesa em Belm do Par a partir de 1616, iniciou-se a luta pela ocupao e posse da bacia amaznica, que perdurou cerca de meio sculo pelas armas, e mais de dois sculos pela diplomacia. Em 1619, Manuel de Sousa d'Ea foi designado para servir na Capitania do Par, no Estado do Maranho, por trs anos. As suas funes incluam a '(expulso do inimigo do Cabo do Norte, e mais descobrimentos', para o que requeria homens, armas e equipamentos diversos. O memorial que apresentou a respeito, detalha a situao estratgica da embocadura do rio Amazonas poca, descrevendo as atividades estrangeiras e sugerindo as providncias mais urgentes a serem tomadas pela Coroa.O Aviso de 4 de novembro de 1621 do Conselho da Regncia de Portugal, recomendava que se tomassem as medidas necessrias com o fim de povoar e fortificar a costa que se estendia do Brasil a So Tom da Guyana e bocas do [rio] Drago [na Venezuela], e os rios daquela costa. 1v142y
Finalmente, a partir de 1623, Lus Aranha de Vasconcelos e Bento Maciel Parente, tendo como subordinados Francisco de Medina, Pedro Teixeira e Aires de Sousa Chichorro, com foras recrutadas em Lisboa, no Recife, em So Lus do Maranho e Belm do Par, apoiadas por mais de mil ndios flecheiros mobilizados pelo frade franciscano Cristvo de So Jos, atacaram e destruram posies inglesas e neerlandesas ao longo da embocadoura do rio Amazonas, na ilha de Gurup e na ilha dos Tocujus. Como consequncia, seis fidalgos ingleses foram mortos, os fortes neerlandeses de Muturu e Nassau foram destrudos, centenas de combatentes mortos ou capturados, provises, armas, munies e escravos da Guin foram apresados, e um navio neerlands afundado.
Dois anos mais tarde, em 1625, Pedro da Costa Favela, Jernimo de Albuquerque e Pedro Teixeira, com destacamentos de Belm e Gurup, reforados por algumas centenas de indgenas chefiados pelo franciscano Frei Antnio de Merciana, destruram novos estabelecimentos na costa do Macap e no rio Xingu. O Macap era a designao genrica da regio compreendida entre a foz do rio Paru e a margem esquerda da foz do rio Amazonas, abrangendo quatro provncias de indgenas ali aldeados por missionrios franciscanos, entre elas a chamada Provncia dos Tocujus.
Em 1637, o Rei Felipe IV de Espanha e III de Portugal concedeu a donataria da Capitania do Cabo Norte a Bento Maciel Parente. A doao foi registrada no livro Segundo da Provedoria do Par. At meados do sculo XVII foram registrados choques entre portugueses, neerlandeses e britnicos no delta do Amazonas e na Capitania do Cabo Norte. No sculo XVIII, a Frana reivindicou a posse da regio do Cabo Norte, e embora o Tratado de Utrecht (1713) tenha estabelecido os limites entre o Estado do Maranho e a Guiana sa, estes no foram respeitados pelos ses: o problema da posse da regio permaneceria pendente nas relaes entre as duas Cortes.
poca, o governador de Caiena, marqus de Frolles, frente de uma fora expedicionria sa e indgena, arrasou os fortes portugueses na regio do Cabo Norte e apossou-se da regio. Foram logo expulsos.
Ocupao de Caiena
No contexto da Guerra Peninsular, aps a chegada da Famlia Real Portuguesa ao Brasil (1808), D. Joo VI determinou a ocupao da Guiana sa como forma de retaliao pela ocupao de Portugal continental. A Guiana sa esteve sob domnio portugus de 14 de janeiro de 1809 a 21 de novembro de 1817, tendo sido seu governador Joo Severiano Maciel da Costa.
Dessa ocupao resultou a introduo, no Brasil, de certas plantas e rvores ali aclimatadas e depois difundidas no pas. Entre elas contam-se a cana-de-acar (variedade caiena ou caiana), e a fruta-po.
Aps a Independncia do Brasil (1822), a regio mergulha em relativo esquecimento, entrecortada por episdios da histria regional, como a Cabanagem (1835-1840).
A descoberta do ouro e a valorizao da borracha no mercado internacional, no ltimo quartel do sculo XIX, promoveram o povoamento do Amap e acirraram as disputas territoriais. Uma comunidade de colonos russos foi fundada em Caloene em fins do sculo XIX.